Leva o seu tempo, mas acaba por ser discutido aqui...
No Ípsilon na sexta e no sábado as peças que discutem o assunto, uma acerca do documentário que despoletou a situação, aqui, e o que me parece ser mais artigo de opinião do que outra coisa (a cair para o lado do realizador, mesmo que tente parecer imparcial) aqui, deixaram-me a pensar no assunto...
Primeiro, porque não percebo o conceito de sexo não consensual conseguir não ser violação. Depois há o facto de que a argumentação em favor do cineasta seja algo do género, ele é um grande artista. Claramente é um argumento de merda. O gajo teve sexo com uma menor (aparentemente com drogas e nãos a mistura), e a linha não é assim tão difusa (como alguns tentam fazer passar com a cena de "a miúda parecia mais velha") porque ele sabia a idade da modelo. Por mais paninhos quentes que se queira por na coisa, foi assim que aconteceu.
Por outro lado, todo o processo judicial foi conduzido (como é referido no documentário produzido) a volta de um circo mediático, e Laurence Rittenband, o juiz do caso, tem culpa no cartório pelo desfecho estranho (ou melhor pelo não desfecho) disto tudo. Mais a mais, Luís Queirós levanta a questão interessante na interpretação da função actual do sistema judicial. Se actualmente ele é visto como meio de reeducar e reabilitar o indivíduo para ser inserido de novo na comunidade (e esta é a definição do sistema judicial português), então toda a discussão a volta do caso é redundante e não tem razão de ser.
Bem, esses artigos do Ípsilon, a maneira como discutem o caso parece-me pura masturbação intelectual. Dá-me volta ao estômago que por ser um "grande cineasta" andemos para aqui a analisar filmes e a maneira como ele se vestiu e o que fez no filme x e que isso representa a moralidade e o mal e o raio que o parta...
ResponderEliminarÉ só por ser esta figura "pseudo-intelectual" é que há esta discussão. Que raio interessa se foi ou não violação, se ela já não era uma rapariga "inocente"? Ele por acaso foi obrigado pela rapariga a fazer o que fez? Não havia álcool e drogas à mistura? Ela não tinha 13 anos e ele 43?
Se fosse um zé-ninguém já era pedófilo. Como é um "grande cineasta", então o caso já tem toda uma série de pormenores, "se calhar é violação, se calhar não é".
Esta reverência que se presta a estas figuras enoja-me, é claramente a face mais visível da estupidez humana.
Mai nada!
ResponderEliminarConcordo com o T.
ResponderEliminarNão pode ser posto em discussão como atenuantes o ser mais ou menos atiradiça, a mãe dela a ter posto a jeito, o "na altura era diferente", foi consentido ou desconsentido.
É uma menor e segundo o bom senso deve ser o adulto a dizer que não. Para os que não o têm existe a lei e essa tem de ser universal nem que seja nos princípios, já que na prática deixa muito a desejar.
Admito que a parte final do texto do Shore Engenheiro me faz pensar se à lei também não devia ser exigido o sentido de oportunidade muito embora ache que a função do sistema judicial não seja só educar. Chamem-me retrógado mas acho que também deve ser castigar, mesmo um avôzinho.