15 fevereiro 2009

Ajustes directos, ou o que me fode é ser comido por parvo.

Um gajo ganha uma certa imunidade, começa a ser um cínico de merda melhor dizendo, ao que se observa nas camadas legislativas que nos governam. E não, não estou a falar só do governo.

Agora, o que me fode é ser comido por parvo...

A maior parte dos fornecedores das entidades públicas é seleccionada por concurso público, onde vários fornecedores apresentam a sua melhor proposta, sendo depois escolhida a "melhor" em função de vários critérios (preço mais barato, serviços apresentados, etc.). Agora, as vezes isto é impraticável de ser feito para tudo o que uma câmara municipal, faculdade, universidade, etc. tenha que comprar. Para isso existem os ajustes directos...E finalmente, graças ao portal da transparência, podemos ver finalmente onde e como esse dinheiro é gasto. E é algo assim:

Mais de 10.000,00 euros num GPS para um instituto público como o ISEP - quando nos dizem que não há dinheiro para baixar as propinas aos alunos.

Em Évora 1 armário persiana; 2 mesas de computador; 3 cadeiras c/rodízios, braços e costas altas custam 97.560,00 €. As reparações de fotocopiadoras também não ficam baratas...

Em Ílhavo, a informática também está cara, 3 computadores e mais uns acessórios custam 380.666,00 €.

E mais umas merdas assim.

O pessoal berra a boca cheia contra o governo e conversas de café é o que não falta por ai. Mas muito do custo de funcionamento do pais (para o bem e para o mal) como um todo não sai só da Assembleia da Republica. Dêem um pulo ao portal da transferência. Espalhem que esta ferramenta existe. E pode ser que comecemos a pensar numa maneira de existir justificação e eficiência no gasto do capital tuga.

2 comentários:

  1. Pois, se fosse só culpa dos políticos se calhar isto não estava como está... mas como reina por toda a sociedade portuguesa uma espécie de "esperteza saloia", provavelmente o problema é um pouco mais profundo.

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  2. Concordo plenamente. Os políticos (alguns) farão o que muitos (quase todos) portugueses fazem quando fogem aos impostos.

    Não será a fuga aos impostos uma forma de corrupção? Salvaguardando o devido bom senso perante a comparação entre situações de escalas diferentes, mas penso que o português comum protesta muito, mas não olha para si próprio.

    O problema, como diz o senhor "T" é bem mais profundo, e penso que a solução para Portugal é na verdade um grande clister.

    Só assim se pode preservar tudo de bom que este país tem.

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