. no outro dia mijei pela primeira vez (que me lembre) naquela posição clássica com uma mão na pila e outra na parede. tenho ideia que foi a primeira vez porque lembro-me de pensar "ena, nunca tinha feito tal coisa". isto só aconteceu porque estava num barco a caminho de um arquipélago e fiquei com medo que oscilação me fizesse falhar a sanita, e sujar o lavabo, que tão bom aspecto apresentava. foi engraçado ver as tais pequenas ilhas, que são aos milhares, onde há apenas uma ou duas vivendas. imaginei o que seria tomar o pequeno-almoço à janela e de repente ver passar um daquelas barcos de cruzeiro a caminho da finlândia cheio de suecos bêbados a 30 metros do pacote de cereais.
. estocolmo está cheia de estátuas, de todos os tamanhos, quase todas de bom gosto. nunca fui grande fã de escultura, mas desde que cá estou, comecei a apreciar muito mais o seu valor, especialmente no que diz respeito a figuras humanas. as mais pequenas, especialmente, são representativas de uma das coisas que me atrai na cidade e nalguns dos seus habitantes: quase todos os dias é possível encontrar um pormenor bonito e inesperado, escondido algures no meio do caos organizado da urbe.
aliás isto acontece também no que diz respeito a arte urbana alternativa. é raro encontrar tags, bombings, etc, a não ser debaixo de viadutos e afins. o que se pode encontrar, uma vez mais se se andar com atenção são coisas como baldes do lixo no metro decorados com tecidos e outros materiais; rendas presas em guardas, estátuas, semáforos, frases gravadas no pavimento; entre outros.
. os meus dias aqui são pouco ocupados, na sua maioria. todas as manhãs tenho 4 horas de aulas de sueco. de tarde posso: não fazer nada; procurar trabalho; procurar alojamento; passear; ir ter com pessoal; trucidar o pedro no PES; ver filmes; fazer filmes; desenhar; estudar sueco.
Ir às aulas de sueco faz-me sentir menos inútil, não só por estar a aprender qualquer coisa, mas também porque aquilo é um antro de pessoas nas mesmas condições que eu. Gente entre os 20 e os 40 na sua maioria, grande parte com muito boas qualificações, educação e experiência, quase todos ainda à procura de emprego. O pessoal com quem me dou mais agora são um australiano, dois americanos, um irlandês e uma romena, com quem sou capaz de partilhar apartamento no mês que vem. men jag borjade inte att prata svenska. ou algo assim.
. dia 1 de maio a nossa banda vai tocar na meia final do concurso Emergenza ou lá o que é. de momento é composta por vocalista (e clarinete), guitarrista, baixista, baterista (BIF), violinista, teclista (BIF) e saxofonista (e flauta). acho que os dois últimos só foram convidados para diminuir o que pagamos pelo local de ensaio, mas não faz mal, todos se divertem à mesma, a maior parte do tempo.
. entretanto agora vou sair, beber uns copos com malta fixolas e ver um concerto de funk se chegarmos a tempo.