02 maio 2010

e agora, um momento de poesia.

Cheiro o teu pescoco e imagino-me
feliz nos teus sonhos, mais do que aqui.
Desejo questionar essa minha projeccao onírica
sobre o que nele dói quando tu acordas,
e o trocas por mim.

(Troca-o por mim.)

Perguntar-lhe se encosta a boca ao teu ombro já desperto
num misto de carinho e frustracao, e ansia
de te levar de volta.
Ou se antecipa nervosamente os teus espasmos
anunciando o vosso reencontro.

(E a nossa despedida)

Tambem a ressaca te sabe amar, ainda que a medo.
Quando tudo é intenso demais, mas sempre
insuficiente.
Tambem a ressaca te puxa e te afasta,
quando exibe a sua experiencia em (me) castigar estes excessos
de algo.

Amanhã é um dia velho, hoje.

Cheirei o teu pescoco e encostei a boca ao teu ombro
e gemeste algo e eu gemi de volta.
E assim nos embalámos até
te ires. e regressares,
e eu gemer algo e tu gemeres de volta
e cheirares o meu ombro e encostares a boca ao meu pescoco.

1 comentário: