28 setembro 2009

Eeeuuhmmm... yes... maybe we can...

Ui, que isto está quente por aqui! :D
E agora, partilha de pensamentos.
Antes de mais, o PS ganhou: ainda bem... - embora sinta aquele sabor amargo de uma escolha forçada, pois mais do que acreditar no PS, nunca acreditei em qualquer um dos restantes. Sinceramente, independentemente de ser de direita ou de esquerda, gostava de sentir que existe uma alternativa ao governo, mas não a encontrei nestas eleições.
Segundo ponto: creio que, como é hábito, o que vai a votos nestas eleições, mais do que ideologias ou correntes políticas, são as lideranças dos partidos. Assim, não foi apenas o PS que ganhou, foi sobretudo Sócrates quem ganhou. Assim como não foi simplesmente o PSD que perdeu, foi a liderança absolutamente catastrófica de Ferreira Leite que perdeu. E creio que esta linha de pensamento se adequa perfeitamente ao PP (Paulo Portas ou Partido Popular, you choose).
A subida do PP deve-se sobretudo a Paulo Portas, quer se goste ou não. Além disso, creio que este feito foi conseguido recorrendo a um discurso político que se procura aproximar do centro e do espaço de poder (o que se poderá concretizar). Como tal, apelidar o PP de extrema direita nesta altura soa estranho, pelo que, pelo menos para já, o fantasma da extrema direita (ainda) não me assusta.
O que realmente assustou nestas eleições foi a extrema esquerda, leia-se Bloco de Esquerda (pois a CDU manteve basicamente a mesma base eleitoral, o que se compreende pois a cassete continua a mesma, focando o discurso no seu eleitorado muito específico). Neste caso, Francisco Louçã foi simplesmente igual a si próprio, com um discurso profundamente conservador e moralista (o que a principio até se acha alguma piada, mas passado um bocado já causa náuseas). Se houve partido que apenas lucrou com o desagrado em relação ao governo, foi o BE, pois quem tivesse dois dedos de testa e se desse ao trabalho de analisar algumas das propostas deste partido, provavelmente pensava duas vezes.
Em resumo, o que fica destas eleições não é propriamente um "yes we can!", é mais um "maybe we can..." - o que bem vistas as coisas é mesmo o melhor que se podia arranjar, e talvez mesmo o ideal para o país nesta altura. Só espero, como já foi referido, que todos os partidos (governo e oposição) tenham a maturidade e humildade para honrarem o escrutínio popular e de ajudarem no progresso do país e de todos nós...
era bom não era? :)

10 comentários:

  1. Nao sei se é justo chamares às unicas forças representativas de esquerda, extrema esquerda. Sera a CDU tao de extrema esquerda como o PP de extrema direita (acho que os outdoors do inicio da campanha falam por si). O que é para ti extrema esquerda? É que nao há mais nehuma força de esquerda! Mete assim tanto medo a esquerda? Eu sei que como sociedade e espécie ainda nao somos evoluidos o suficiente para ter uma verdadeira sociedade socialista (no verdadeiro sentido da palavra), mas nao devia fazer tanto medo haver pessoas que se batem pelo sentido lógico da evoluçao da sociedade, por muito longe que isso esteja como mostra aliás o resultado destas eleiçoes... É só a minha opiniao

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  2. Lol, olha logo quem veio responder :) hehe
    Opá não, não me mete medo a esquerda, muito pelo contrário, se há força política que eu gostaria que tivesse bastante mais força em portugal é a CDU, creio que faz falta. Pagava para que a CDU tivesse peso suficiente para coligar com o PS, creio que seria um governo que poderia dar alguns frutos, muito mais do que esta possibilidade de coligação com o PP, que pessoalmente não me agrada nada, mas que felizmente parece por hora estar posta de parte.
    A única crítica que faço é a CDU não ser um pouco mais agressiva (expressiva)... deve haver um meio termo entre a campanha que a CDU faz todas as eleições, que não passa do mesmo, e a histeria do BE, não? As críticas que fiz à esquerda foram apenas estas: uma CDU demasiado agarrada a determinada forma de fazer política, e um BE que adora o seu estatuto de "adolescente". Nesse sentido Paulo Portas foi inteligente nesta campanha. Agora se me agrada a força do PP e as possiveis consequencias futuras? Não, não me agrada de todo, preferiria mil vezes um maior peso da esquerda.
    E sim, extrema esquerda ou extrema direita também não são classificações que eu ache muito correctas, mas, sem querer desculpar-me, ajudam a situar-nos em relação ao "centrão", embora compreenda o que queres dizer.
    Só para terminar, e eu tenho em muita consideração a tua opinião, mas afirmar categoricamente que a verdadeira sociedade socialista é sinónimo de evolução a mim causa-me alguma estranheza... acho que o socialismo pode ser muito perverso, no sentido de que me parece não conseguir integrar algumas facetas da natureza humana, as quais excluí em nome dessa sociedade mais "evoluída"... e o mesmo se passa com as ideologias de direita. Creio que as ideologias parecem sempre bastante apeteciveis, mas no confronto com a realidade vêm ao de cima as falhas inerentes às utopias. Mas isto já são outros quinhentos :)

    Abraços

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  3. Bem, mesmo a conversa não sendo comigo, venho meter o bedelho. Percebo o que queres fazer ver quando dizes que o socialismo não consegue integrar algumas características humanas no seu programa.

    Apontado o facto de que o socialismo evoluiu e hoje em dia já não passa por ser um regime de democracia operaria (a Suécia foi durante muito tempo um bom exemplo disso, sendo um estado em que existia uma democracia socialista. Agora não sei. Ha um bocado de tempo que não leio sobre o assunto), esse argumento é uma merda (sem tar a querer ser ofensivo :D), no simples sentido de que não da margem de manobra a uma evolução humana e social. O que se tem verificado, especialmente no séc passado. A luta de classes no séc 19 envolvia policia armada. Hoje em dia seria impensável (ou quase) enfrentar uma manifestação de um sindicato com a PSP a distribuir tareia por tudo quanto e sitio e lado (por exemplo).

    Por fim, e aqui estico-me um bocado porque não é o meu campo, essa razão apresentada põe, a partida, de parte o papel que uma verdadeira educação mais "social" (no sentido que que somos todos iguais e ninguém merece melhores condições por pertencer a uma classe mais privilegiada, seja ela profissional ou social) pode ter. Sera mais uma desculpa para uma certa falta de vontade no esforço necessário.

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  4. Split hairs my friend, split hairs. A nível social a coisa, admito, torce. Até porque seguindo o exemplo do manso, n vou querer afastar-me do que queria dizer, que se calhar não ficou claro. A nível económico falava, ísto porque muito superficialmente e sem aprofundar que a conversa já vai demasiado longa, eu não acredito na criação de lucro mas sim na criação de riqueza, s é q m entendem. Tendo em conta isto, a nível económico só posso ser de esquerda. N m apetece aprofundar e quem percebeu talvez perceba isto: Ícaro.

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  5. Claríssimo! com essa da criação de riqueza e do ícaro já não há mais quem falou. :)

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  6. Isso dos dois pontos parentesis é
    tique ou é assinatura?

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  7. é um smile! talvez um tique sim, ou mesmo geek...

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  8. agora n meteste o tipo.

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  9. Cá vai a clarificaçao: no lucro a conotaçao é sempre, mas sempre monetaria, lucro do accionista.
    A riqueza, há mts tipos d riqueza
    há muitas formas de enriquecer, principalmente uma comunidade
    mas n é isso q a nivel corporativo, dentro deste modelo s busca, busca-se isso sim o lucro e a riqueza do accionista.

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