quarta-feira, 9 de Dezembro de 2009
UM EXERCÍCIO DE TUDOLOGIA
De há uns tempos para cá o povo foi-se habituando à voz de Medina Carreira, o homem que “diz as verdades”, o homem que sabe de tudo. O Dr. Medina Carreira que já foi Ministro das Finanças faz parte do trajecto que trouxe o país para onde o temos actualmente, é bom recordar. Numa opinião pública como a nossa, este discurso de tudólogo, que sabe de tudo, fala de tudo, vende bem. Basta dizer mal com ar assertivo do governo, seja qual for o governo, basta chamar uns nomes fortes, mentirosos e incompetentes por exemplo, a pessoas ou a classes profissionais e o sucesso está garantido.
Já aqui o tenho dito, Portugal precisa de gente qualificada. Tudo o que possa ser feito no sentido de qualificar os portugueses é um bom caminho. O Programa Novas Oportunidades, do meu ponto de vista, tem uma base positiva mas, em muitas situações substitui qualificar por certificar, ou seja, mais do que saber, certifica-se que se sabe. Isto é um embuste e aqui o Dr. Medina Carreira tem alguma razão.
Mas o pessoal dos 14 aos 20 não são os principais destinatários do Programas Novas Oportunidades e não são uma “cambada”, há gente a procurar fazer pela vida e tentar que o futuro deles seja melhor que o nosso presente. Fala das exigências dos empresários sobre a qualidade dos empregados mas também não refere que os empresários portugueses têm o mais baixo nível de qualificação da UE. O discurso da falta de “autoridade”dos professores e dos “burros” que não sabem fazer nada a não ser, claro, “burrrices”, arranca sempre palmas.
Viva o grande tudólogo Medina Carreira o homem que sabe de tudo.
Texto de Zé Morgado at 11:31
Tema: Educação, Opinando
http://atentainquietude.blogspot.com/2009/12/um-exercicio-de-tudologia.html
POIS MEU CARO : Discordo em absoluto da sua denominação de tudólogo pois o dr. Medina Carreira é formado em Direito com a especialidade de Fiscalista e advogado.
ResponderEliminarDada a experiência de vida que o homem tem, pois a idade traz isso, que os mais jovens só terão quando lá chegarem...permite-lhe ter uma percepção das coisas de uma maneira global, e não tudóloga ; este homem como eu , que só tenho 58 anos, viveu outros tempos e tem como eu , outras referências, que infelizmente os mais novos não conheceram, primeiro porque não tinham nascido, segundo porque muitos da minha geração com poder e governação lhes negou , ou melhor lhes escondeu , de forma a que as novas gerações não terem referenciais para poderem avaliar as experiências pedagógicas criminosas a que vocês jovens foram submetidos durante a vossa vida académica no Ciclo Básico e Secundário.
O resultado está à vista - o nível intelectual miserável a que se chegou neste país governado por mediocres , oportunistas que militaram em universidades fantasmas de licenciaturas fantasmas.
Este homem teve a coragem de se demitir imediatamente de Ministro das Finanças no governo de Mário Soares de triste memória tendo o mérito de negociar , na altura com o famigerado FMI a situação de eminente bancarrota financeira que o país atravessava e da qual escapámos por uma unha negra...
Muito mais haveria mas não quero ser maçador mas digo-lhes : tomara haver muitos homens como este COM PODER , COM COMPETÊNCIA , COM PROFISSIONALISMO PARA DAR A VOLTA NESTE PAÍS.
Assim quizesse este povo ... mas não quer , já deu provas disso e como estamos em Democracia há que respeitar essa vontade até um dia...chegará a vez das novas gerações , resta PACIÊNCIA.
Parece-me que não se põe em causa a competência do dito senhor.
ResponderEliminarEu só gostaria de saber é qual é a utilidade do discurso que este pratica. Um discurso tão clivado, em que há bons e maus, os burros e os inteligentes, dificilmente enquadra-se no que eu consideraria uma percepção global das coisas. E eu acho totalmente desinteressante o politicamente correcto tão na moda nos dias que correm, mas daí até um discurso que basicamente se resume a catalogar a realidade (isto é mau, isto é bom, isto é péssimo), sinceramente, não vejo o contributo social.
Caríssimos:
ResponderEliminarO Autor do texto é de um doutorado com especialização em educação especial. Tem cerca de 30 anos de experiência no domínio da educação enquanto professor, investigador e consultor.
Conhecer as vozes de quem, como é o caso deste autor, que não alinha com oportunismos políticos, nem tão pouco com discursos catastróficos, destinados a manter audiências, é conhecer o outro lado da lua.
Dar voz aos que têm efectivamente uma carreira de destaque e qualidade nos diferentes domínios do conhecimento deveria ser algo simples.
Continuarmos a assistir a discursos em comissões de educação no parlamento de pessoas que nunca deram uma aula, que não têm carreira ou conhecimento no domínio poder para decidir, isso sim parece-me desajustado.
Não acredito que o que este autor diga verdades, nem tão pouco estou a defender as suas tese. Penso contudo que conhecer "O outro lado da lua" importante, porque o mesmo procura lançar olhares sociocriticos fundamentados com qualidade.
Eu vejo o Dr. Medina Carreira como o monstro das bolachas da SIC notícias. O seu tempo de antena é concedido com base na esperança que este cause mais estragos ao actual governo, que aos restantes partidos políticos.
ResponderEliminarContudo, existe algo de positivo e que me atrai nas suas intervenções, depois de tudo "ardido". É a esperança de mais tarde ou mais cedo alguém trazer esse incêndio à discussão no blogue (Obrigado EL BIF). É a geração de novas ideias.
Ultimamente tenho vindo a constatar que algumas pessoas, que conheço recentemente, têm um discurso igual ao Dr. MC, ornamentado de grande patriotismo, mas que em momentos de amnésia, no que toca à sua vida pessoal, têm grandes incoerências na área fiscal e/ou social, reconhecendo nisso uma virtude… ou uma necessidade perante o caos em que se encontra o país!
Sob o meu ponto de vista, por encontrar nesta pequena amostragem um estereótipo que poderá existir em número significativo no resto do país, tendo a valorizar mais os actos benéficos que possam vir a ser tomados pelo Dr. Medina Carreira (juntamente com aqueles que já tomou e que eu desconheço), do que as suas palavras.
Vocês todos são uns senhores e eu só tenho a aprender convosco. E mais não tenho arte pra dizer.
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