18 outubro 2009

No outono a minha rua é melhor que a tua

Enquanto o verde dá lugar ao dourado nas copas das árvores e tudo tem um ar cartão-postal. Lugar comuns, mas e quem é que disse que um gajo não pode cair no cliché?
Sai-se de casa, a pensar no cachecol que já deveria ter comprado, e o olhar prende-se na vizinha que atravessa a rua de casaco castanho e com uns óculos escuros demasiado grandes que lhe dão aquele ar mais...Não que ela note muito, enquanto prende o cabelo no gorro que lhe cai para o lado. Atravessa a rua com pressa, talvez algum encontro no café novo que abriu logo ali, aquele que ainda tenho que experimentar. Mais uma razão para lá ir.
Encostado aos muros que mal se vêem, ainda cobertos pelos arbustos que teimam em manter a compostura, o vermelho (ou será amarelo mais escuro?) das folhas sacudidas pelo vento que teima em passar ainda despercebido, acumula-se. E a única coisa em que penso é no voltar a ser puto e correr o resto da rua de monte em monte, a ouvir o som das folhas debaixo dos meus pés. Um sorriso estúpido fica-me pelo rosto e lembro-me das tiras de Bill Watterson. Como imaginar o Outono. Como sempre imaginei que um Outono deveria ser. Por aqui, durante estas duas semanas, o Outono vai ser assim. Bem, mais ou menos assim

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